Estima-se que 37% de todas as frutas e vegetais vendidos na França são vendidos atualmente com Katie Decker, presidente global da divisão de Saúde Essencial e Sustentabilidade da Johnson, explica investimento de US$ 800 milhões para reduzir impacto de embalagens de plásticos

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A preocupação com a sustentabilidade dos negócios não é mais um interesse segmentado no mercado. Já se transformou em prioridade para toda a indústria. E a urgência em tornar os negócios mais sustentáveis só aumentou com a pandemia e as perspectivas de retomada ambientalmente amigável. É o que diz Katie Decker, presidente global para Saúde Essencial e Sustentabilidade da Johnson & Johnson, em entrevista para a EXAME Invest.

“Nós estamos vendo que a sustentabilidade é algo em que os investidores estão muito interessados. Começando com o anúncio da BlackRock no início do último ano. É algo que toda a indústria está priorizando. Na J&J, nós realizamos, por exemplo, uma sessão para investidores dedicada apenas à sustentabilidade e ao meio ambiente”, afirma.

“A Covid-19 nos fez perceber que precisávamos nos mover ainda mais rapidamente. O que vemos em regiões como a Europa é que o foco está em reconstruir a economia depois da crise de uma maneira mais verde”, disse Decker.

Em janeiro de 2020, a BlackRock, maior empresa de investimentos do mundo, anunciou que colocaria a sustentabilidade dos negócios no centro de sua estratégia de alocação de ativos, o que significaria deixar de investir em companhias com amplo impacto ambiental. A decisão da gestora acelerou a valorização dos princípios ESG (sigla em inglês para ambiental, social e de governança) no mercado financeiro por parte de outros grandes investidores.

No caso da Johnson & Johnson, a gigante global de saúde e beleza anunciou no fim do ano passado um plano de gestão ambiental — o Healthy Lives Mission (Missão para Vidas Saudáveis, em tradução livre) — que prevê 800 milhões de dólares em investimentos até 2030 por meio de sua divisão Consumer Health, voltada para bens de consumo, para reduzir o impacto causado por embalagens plásticas de seus produtos.

A J&J é dona de marcas famosas como Listerine, Band-Aid, Sundown, SempreLivre e as que levam seu nome.

A operação no Brasil se tornou referência para reduzir a pegada de carbono a partir de embalagens plásticas, com o investimento em infraestrutura para economia circular, que pode ser escalável para o resto do mundo. Além disso, a unidade local desenvolve novos modelos de refis e trabalha com um design enxuto para reduzir o consumo de plástico.

A resolução estabelece um Comitê Intergovernamental de Negociação que começará seus trabalhos este ano.

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Representantes de 175 países da Organização das Nações Unidas (ONU) endossaram nesta quarta-feira, 2, uma resolução para acabar com a poluição plástica e forjar um acordo internacional juridicamente vinculativo até o final de 2024. Em comunicado, a organização lembra que os impactos da produção e poluição de plástico na crise das mudanças climáticas, perda da natureza e poluição “são uma catástrofe em formação”.

De acordo com a ONU, a exposição a plásticos prejudica a saúde humana e potencialmente afeta a fertilidade, e as atividades hormonal, metabólica e neurológica, enquanto a queima a céu aberto de plásticos contribui para a poluição do ar. A poluição plástica subiu de dois milhões de toneladas em 1950 para 348 milhões de toneladas em 2017, tornando-se uma indústria global avaliada em US$ 522,6 bilhões, com expectativa de dobrar de capacidade até 2040, segundo o comunicado.

Até 2050, as emissões de gases de efeito estufa associadas à produção, uso e descarte de plásticos seriam responsáveis por 15% das emissões permitidas, sob o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5ºC, de acordo com o Acordo de Paris, diz a ONU.

A resolução estabelece um Comitê Intergovernamental de Negociação que começará seus trabalhos este ano, com o objetivo de concluir um projeto de acordo juridicamente vinculativo até o final de 2024.